Confiamos na retomada econômica no Brasil e na África, afirma José Maurício Caldeira, da Asperbras
Depois de um período de grandes investimentos em plena crise, o Grupo Asperbras, que começou em Penápolis (SP) há mais de 50 anos, agora mantém a confiança da construção de um novo ambiente na economia para consolidar seus negócios nos dois lados do Atlântico. – Confiamos na retomada econômica no Brasil e na África, afirma José Maurício Caldeira, da Asperbras.
Acionista e membro do Conselho, Caldeira explica que a empresa vive atualmente um momento posterior a uma grande expansão que foi sua marca nos últimos anos. Nesse período, o Grupo investiu na construção de uma nova unidade do laticínio Bonolat. A fábrica de leite longa vida terá capacidade de processar um milhão de litros por dia.
Mas seu principal investimento em território nacional, a GreenPlac, já está em pleno funcionamento. Inaugurada em julho do ano passado e Água Clara (MS), a fábrica de placas de MDF é a mais moderna do Brasil.
Essas iniciativas já estavam em andamento quando a crise econômica se acirrou no Brasil. A solução encontrada pela empresa dar andamento ao que estava previsto. “Estávamos no meio de um dos nossos maiores investimentos no país, sem possibilidade de retorno”, recorda José Maurício Caldeira. “Se estamos no meio do mar, vamos navegar em frente. Concluímos a maioria dos nossos projetos, dentre eles, o principal, a GreenPlac”, completou.
José Maurício Caldeira mantém confiança de que a implementação das medidas que estão sendo propostas propiciarão um ambiente favorável aos investimentos. “A economia já está com sinais positivos, com a confiança de que a questão fiscal estará equacionada haverá um impacto muito favorável para por investidores”, diz ele.
Novo momento na África
No início dos anos 2000, a Asperbras voltou sua atenção para grandes projetos em países africanos. A empresa mantém uma base de negócios em Angola. Lá, o Grupo possui uma concessionária de caminhões e ônibus Volkswagen nas cidades Luanda e Benguela.
A Asperbras, diz José Mauricio Caldeira, participa ativamente de um programa de mobilidade escolar angolano. Ele vem sendo modificado para assumir características de transporte de massa e atender a toda a população. Desde 2004 a empresa atua na reconstrução do país, que passou por uma guerra civil. Por meio de sua unidade de Tecnologia Industrial em Construções, forneceu projetos industriais e soluções tecnológicas que permitiram a idealização e implantação da Zona Econômica Especial (ZEE), em Luanda.
Congo-Brazaville
Na República do Congo-Brazaville, a Asperbras responde por três projetos de grande envergadura. O Eau Pour Tous (Água para Todos) tem objetivo de perfurar 4.000 poços artesianos para fornecer água de qualidade a mais de 1,5 milhão de pessoas que vivem em regiões remotas do país. O Santé Pour Tous (Saúde para Todos), que está construindo e implantando simultaneamente 12 hospitais-gerais em todas as províncias congolesas; e o complexo industrial de Malokou-Trechot, que compreende 16 indústrias.
Porém, a partir de 2016, a empresa enfrentou dificuldades. Tanto Angola quanto o Congo-Brazaville, que são produtores de petróleo, sofreram com a crise nos preços da commoditie. “Os países onde nós atuamos são muito dependentes da indústria petrolífera. Isso trouxe uma redução das operações devido aos atrasos de clientes, as incertezas econômicas, que só agora começaram a se definir e se ajustar”, diz ele.
“Para a Asperbras fora do Brasil é muito importante a retomada dos países da África, com a estabilidade do petróleo e as medidas econômicas e sociais que o FMI, principalmente, vem tomando nos principais países onde atuamos”, completa José Maurício Caldeira, satisfeito com as perspectivas atuais, tanto no Brasil quanto na África.