Instituto Vida está construindo o primeiro centro de acolhimento de pessoas com Transtorno de Uso de Substâncias do entorno de Distrito Federal
No dia a dia é comum que pessoas que sofrem com o Transtorno de Uso de Substância busquem socorro nos hospitais, no entorno do DF, em momento de crise. Mas como as unidades hospitalares atendem os pacientes durante uma emergência, os adictos podem voltar à rotina e ao vício por falta de tratamento especializado do alcoolismo e outras dependências químicas.
Neste Dia do Alcoólico Recuperado, marcado em 9 de dezembro, é importante chamar atenção para a escassez de centos terapêuticos para pessoas com Transtorno de Uso de Substância e álcool. A data busca mobilizar toda a sociedade para o controle e combate da dependência do álcool que é considerada doença passível de tratamento pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em Formosa, cidade a 80 km de Brasília, por iniciativa de um grupo de pessoas com diferentes atividades na sociedade, está sendo construído o Instituto Vida, primeiro Centro Terapêutico de recuperação e reintegração de dependentes da região. O espaço principal já foi construído e agora o trabalho está concentrado na etapa da ala de acolhimento dos dependentes com quartos, banheiros.
Estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) confirma que houve “a intensificação do abuso de álcool durante o isolamento social” ocasionada pelo enfrentamento da pandemia do coronavírus. Segundo a OPAS, do total, 52,8% dos entrevistados afirmaram que “exageraram na dose” e contaram os pesquisadores que sentiram ao menos um sintoma emocional como ansiedade, nervosismo, insônia, preocupação, medo, irritabilidade e dificuldade para relaxar.
“Entre a faixa etária dos 30 a 39 anos, por exemplo, mais de 35% dos 12 mil entrevistados passaram a consumir doses excessivas em intervalos curtos. O padrão de comportamento preocupa porque, além de o alcoolismo ter implicações fisiológicas, também leva a agravantes sociais, como acidentes de trânsito e violência doméstica e também a doença do alcoolismo”, revela a publicação da OPAS.
Esse consumo maior de bebidas alcoólicas, principalmente em casa, foi constatado mais diretamente aqui no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela plataforma compre & Confie – empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce. O alcoolismo e a dependência química hoje são problemas sociais graves que causam prejuízo não só à vida de quem é adicto, mas da família e de toda a sociedade.
INSTITUTO VIDA
O Instituto Vida, em Formosa, um grupo de pessoas sensível a esse problema crescente do entorno de Brasília, se reuniu e criou o Instituto Vida. O objetivo é acolher de forma humanizada, recuperar e reintegrar à sociedade pessoas que decidam se internar voluntariamente na Comunidade Terapêutica para tratar o Transtorno do Uso de Substâncias, como a dependência química e alcoolismo.
O Instituto Vida é formado por pessoas que atuam na sociedade em diversas áreas como Justiça, Saúde, Direito e Religião e querem ajudar na recuperação das pessoas que se veem envolvidas com o Transtorno de Uso de Substâncias e precisam de um local para se tratar.
Livro
O livro “Espiritualidade e Dependência Química”, lançado há dois meses, com relatos sobre a ligação da fé e a busca pela recuperação, foi escrito por D. Pedro Maria Soriano, responsável pela gestão do centro, pelo Juiz Fernando Oliveira Samuel, um dos idealizadores do projeto, e Paulo Leme Filho, um alcoólatra em recuperação, sóbrio há 25 anos, teve sua renda totalmente revertida para a obra.
A obra é necessária, pois traz à luz a questão da dependência química, um problema de saúde pública e social com efeitos diretos que afetam as famílias de que faz uso de entorpecentes e álcool. O número de pessoas com Transtorno de Uso de substâncias que buscaram socorro nas unidades hospitalares credenciadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) aumentou 54% no Brasil em 2020, segundo dados do Ministério da Saúde.