Pequenos produtores brasileiros de carne contam com a Ramax para exportar, afirma o empresário Magno Gaia
Em um mercado internacional de proteína animal extremamente competitivo, os pequenos e médios produtores do Brasil encontraram um parceiro que abre as portas para o comércio global. A trading Ramax, que atua em mercados da Europa, África e Ásia, financia a operação e oferece suporte logístico ao exportador. – Pequenos produtores brasileiros de carne contam com a Ramax para exportar, afirma o empresário Magno Gaia, dono da companhia.
Magno Gaia acumula experiência de 10 anos na exportação de carne bovina do Brasil para diversos mercados no mundo. Por meio da trading Ramax, criada no ano passado, ele decidiu focar sua expertise em um nicho específico, atendendo o crescente segmento dos produtores de pequeno e médio porte, ávidos pelo acesso ao mercado consumidor global.
Como sinal do início da retomada desse mercado, as vendas externas de setembro somaram 178,51 mil toneladas, que representa crescimento de 32%, comparado com o mesmo mês do ano passado. Esses números estimulam a Ramax a focar nos mercados da Europa, Oriente Médio, África e Extremo Oriente, onde ela mantém contato e consegue abrir portas a seus clientes.
A Ramax mantém filiais nos Estados Unidos e no Líbano, que atuam diretamente junto aos importadores para facilitar os negócios. Possui um leque de 40 produtores, que são no momento do carregamento do produto, uma prática que lhes garante segurança e que tem se mostrado bem-sucedida. “Os pequenos e médios não acessam o mercado da exportação por falta de conhecimento e o temor dos riscos financeiros e comerciais”, ressalta o empresário Magno Gaia.
Parte do desempenho da trading se deve à seleção criteriosa dos melhores compradores, mais um cuidado para eliminar o risco ao produtor. Além disso, a empresa também está ampliando as certificações de diversos frigoríficos, principalmente na região norte do estado do Mato Grosso. Magno Gaia aposta na retomada de importações de carne brasileira pelos Estados Unidos, assim como ocorreu recentemente com a Rússia, que anunciou a reabertura de seu mercado. “Há também a expectativa de que o Canadá e a Indonésia passem a comprar nosso produto”, avalia o empresário Magno Gaia.
Gaia também atua diretamente como produtor, por meio do frigorífico Top Beef, em Colorado (PR), que abate 600 cabeças de bovinos por dia, e de 16 mil bovinos mantidos em confinamento em Juara (MT). A complementariedade dos negócios permite o conhecimento de toda a cadeia do boi. “Lidamos com a produção, desde a origem, negociação de preços do boi magro, engorda de animais, venda e abate. Não há outra empresa brasileira que atue em todas as etapas”, sintetiza o empresário.
ORLEANS INTERNATIONAL
A Ramax está em negociação com a Orleans International, principal importador de carne dos Estados Unidos, que tem interesse em firmar uma joint venture com a companhia brasileira. As duas empresas estudam a possibilidade de formar uma trading especializada em agronegócio.
Em outubro, a Ramax participou da Sial Paris, uma das maiores feiras de alimentos do mundo, que manteve em sua programação o Arab Halal Day. Essa ação promoveu a carne bovina e de frango produzidos no Brasil segundo a tradição halal, que determina como alimentos podem ser processados sem ferir os princípios da religião muçulmana.
A Ramax orienta os produtores brasileiros sobre como atender às condições do halal e certificar o produto, pressuposto necessário à exportação para países muçulmanos. A partir da feira Sial, a Ramax teve a oportunidade de ampliar seus negócios e fechar vendas de aproximadamente US$ 10 milhões, já em novembro.